Análise: Elaine de Jesus- Show 15 anos

Foram dezenas de manifestações, entre recados e e-mails, me pedindo esta análise. Sei que Elaine de Jesus já está com CD novo, mas vamos falar um pouco sobre esse "marco" na carreira dela.

Depois de anos de carreira, a "Barbie penteca" surge com a gravação do seu primeiro CD e DVD ao vivo. Sucessos de mais de 15 anos, foram relembrados no Teatro Coliseu em Santos.

Sobre o repertório, já era de se esperar as canções escolhidas, porém podemos destacar a ausência de canções como "Olha irmão", "Isto é Deus", "Há uma esperança", além das mais antigas. Mas ela conseguiu reunir os sucessos.

Vamos analisar o CD:

Começando com "É demais", canção que estourou nas igrejas pentecostais do país no começo dos anos 2000. A abertura ficou da hora, com um ar de suspense e, arranjo vocal e cordas que arrasaram. Elaine interpreta a canção com muita autoridade à la Damares...

No mesmo clima, entoa "Abra o coração", um de seus primeiros sucessos. O público cantou com ela do começo ao fim, e tanto os arranjos instrumentais e vocais, foram preservados os originais. Assim também, o meddley, "Na unção de Deus/ Cristão/ Até o fim". Na unção de Deus, na minha opinião deveria ter sido cantado inteira, pois é uma canção que até hoje é executada nas igrejas. O destaque mais uma vez foi o público que deu show a parte. Nesta faixa, Elaine se mostra com a voz mais disposta do que nas duas primeiras faixas do CD.

"Quem chora pra Deus", também foi relembrada, canção que além de bonita teve uma grande interpretação da cantora.

Como forró não pode faltar num bom repertório penteca, Elaine relembrou em um meddley, " Explodir de Poder e Deus vai Agir", o momento agitou o público. Mas poderiamos destacar a ausência de "Isto é Deus", que na minha opinião foi o melhor forró dela até hoje. Faltou metais mais pesados na canção...

"Terremoto Santo" não poderia faltar nesta gravação. O maior sucesso do CD "Pérola" foi um dos pontos mais esperados da noite.

"Terremoto de Glória" também foi entoada num momento muito especial do show. Pessoas chorando e glorificando a Deus.

 Junto com suas irmãs, Suelen e Leize de Jesus, Elaine cantou "Pérola", canção do álbum de mesmo nome, que no evento recebeu Disco de Diamante por mais de 500 mil cópias vendidas. Ficou interessante a canção em trio, além dos órgãos ao final da que deram um ar diferente.

Do seu disco mais recente à gravação, "Transparência", a cantora entoou "Dono do Milagre", mais uma vez momento de ministração e muita unção entre os presentes. O vocal mais uma vez arrebentando... Em relação a cantora, nem parece a mesma Elaine das primeiras músicas. Nesse ponto da gravação, ela está muito mais segura e com voz firme.

Uma das canções mais lindas de seu repertório, não poderia faltar. "Cidade de Deus" caiu como uma luva entre as canções escolhidas.

A agitada "Promessas", fez o povo balançar. Mas achei desnecessário essa canção no repertório, já que era tão recente, podería fácilmente ser substituida por "Siga o Rei" do CD "Até o fim" ou outra. Percebe-se que foi colocada ali por ser uma canção bem animada.

Por que, Pastor Alexandre (marido da Elaine) e Elizeu Gomes cantaram "Braço de ferro"?

Continuando... Como é comum entre os maridos de cantoras famosas por ai, a rasgação de seda não faltou. Juntos, Elaine e Alexandre entoaram "Metade de mim". Achei legal relembrarem essa canção e acredito que poderíam ter cantado ainda, mais alguma música, de algum de seus CD's de dupla.

Outro momento celebração pop/rock da cantora, depois de "Promessas" foi em "Em tua presença", que fechou o repertório com muita animação mas nada diferente do que já vemos por aí.

Por falar em nada diferente, esse show não trouxe nada de "Oh! Que máximo!!". Quando pensamos em Elaine de Jesus, sempre esperamos algo inovador e de bom gosto, porém, me deparei com um formato de show comemorativo muito manjado. Vários retoques foram feitos em estúdio, os arranjos também não representam nada de novo. Mas vale destacar que as músicas foram bem escolhidas.

A cantora não teve um desempenho 100%. Começou cantando com muita insegurança e voz trêmula, foi se soltando depois da terceira ou quarta canção. Mostrou que voz bonita e impecável, só em estúdio mesmo.

Mas uma coisa que devemos destacar, é que Elaine ministra com muita unção e autoridade. Em nenhum momento deixamos de ouvir pessoas glorificando, chorando, vibrando na presença de Deus. O trabalho, assim como outros dela, está muito ungido.

O público deu um show a parte, cantando TODAS as canções com muita intensidade. A sonoridade do Teatro é perfeita, um ar totalmente de show (musicalmente falando).

Vale lembrar também que no DVD encontraremos mais números, como por exemplo, a canção "Tesouro do coração", cheia de participações especiais.

A capa e encarte do trabalho (CD e DVD) ficou muito legal. Graças a Deus, fugiu daquela coisa do microfone na mão e o bocão aberto. Deixa isso para a Aline Barros, (rsrs). Quem disse que capa de CD e DVD ao vivo precisa ser com foto do show?? Alguma lei??

Destaque para: "Na unção de Deus/ Cristão/ Até o fim", "Terremoto Santo","Terremoto de Glória", "Dono do Milagre" e "Cidade de Deus".

Estrelas (de 0 a 5): Pela ausência de inovação e pelo desempenho da artista no modo "ao vivo", já que se trata de um trabalho comemorativo, com melhores sucessos, avaliamos em 3 estrelas.

Penso que a música gospel num modo geral (cantores, produtores e gravadoras), precisa de uma reciclagem urgente, no que tange a show. Há um tempo atrás, os shows eram novidades, hoje em dia já podemos prevê-los antes mesmo de acontecerem. Não há mais nada de novo.

Temos que parar com essa idéia de que espetáculos são do diabo. O "mundo" está dando de 10x0 em nós, que usamos a música para adorar Àquele que criou a música para Seu louvor, Deus. É incrivel como usam a inovação, tecnologia, ritmos. Até os meddley's que fazem são diferentes. Vamos usar a arte para Deus??

A bispa Sônia Hernandes diz uma coisa que é pura verdade: "Um dia teremos que dar conta perante Deus, de tudo aquilo que o diabo roubou, e não fizemos nada para resgatar!".